O método de construção de cenário que utilizo se chama Leviathan e foi desenvolvido pela Kitty nesse blog (https://kittyspace.org/leviathan0.html).
Ele foi desenvolvido para levar cerca de um ano para ser preenchido (daí o nome de besta apocalíptica), mas eu não costumo trabalhar com tanta lore assim e simplifico o que cada universo meu precisa. Meu recorde é um mês em cima do leviathan, mas normalmente não toma mais que alguns dias porque eu faço o planejamento bruto primeiro e depois vou inserindo informações enquanto escrevo o primeiro rascunho.
Tenho esse template blank dos títulos e subtítulos dele traduzidos aqui com as seções que costumo usar, os números correspondem a ordem disponível no site dela:
Ele foi pensado para planejamento do próprio enredo da história em conjunto a construção de cenário, todavia, não é assim que minha escrita costuma funcionar. Eu desenvolvo personagens primeiro, o núcleo central da obra, e ergo o cenário ao redor disso nos moldes para contar minha trama da melhor forma possível.
Como tudo nesse template, o leviathan é uma forma possível de world-building, uma que uso há uns bons cinco anos já. Adapte o que você precisa, descarte o que não convém, busque outros métodos se esse parecer maluco demais (a tradução automática dele é bem usável para quem não fala inglês).
No Leviathan crio as fundamentações detalhadas de tudo que preciso, na seção “lore rápida” jogo tudo que posso precisar enquanto escrevo em acesso-fácil. Recomendo utilização de índice para que a informação fique organizada dentro dele, dado o tamanho que o arquivo de construção pode ficar.
Apesar do nome “baixa-fantasia” (não sou fã da nomenclatura), livros com magia no mundo real não necessariamente significam menos planejamento e lore. Na verdade, se você analisar a lore interna do universo de Hellboy (minha fantasia urbana favorita) vai ver que há tanta informação quanto um Simillarion da vida. Infelizmente, não faz sentido utilizar o Leviathan para elas (com exceção de universos em que você alterou nosso mundo a níveis irreconhecíveis). Por isso o que eu costumo fazer nas minhas fantasias urbanas é utilizar uma estrutura de argumentos em paralelo a um planejamento geral.
Perguntas a serem respondidas:
Se magia existe neste Planeta Terra, é um fato conhecido por todas as pessoas ou uma verdade escondida das pessoas normais?
Se magia existe neste Planeta Terra, quem a detém e em quais formas ela se encontra? (Qualidade nata de alguns indivíduos ou pode ser aprendida?).
Há espécies humanoides nesse universo? Como demônios, elfos ou fadas?
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Favor evitar a criação de etnoestados se não for uma crítica ao modelo.
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No aetherpunk/arcanepunk (exemplo mais comum sendo o universo de Final Fantasy) a magia se mescla a tecnologia, algo que já entra um pouco em sci-fantasy. Se magia está presente no seu universo desde sempre (ou a partir de período X), como as sociedades se moldaram ao redor dela em conjunto a ciência?
Após responder isso, eu criaria um mapa da cidade/país em que o livro se passa com um pouco da história local e sua cultura. Gosto de criar eventos e feriados nessas horas também, o nível tecnológico do cenário precisa ser definido para montar uma imagem sólida do local físico. Eu tendo a usar referencia em cidades reais, mas não é algo obrigatório.